Calcula-se que, algures no planeta, nasçam por segundo pelo menos quatro novos seres humanos. Cada nascimento foi o culminar de um período de gestação que durou, em média, 38 semanas. E, na maioria das situações (salvo em casos de partos prematuros), o palco desta viagem até à vida exterior, iniciado no preciso momento em que o esperma se encontrou com o óvulo, foi o ventre materno. Ali começa a viagem desde a concepção. Entre 200 e 600 milhões de espermatozóides do homem são libertados na vagina da mulher e ascendem útero acima até alcançarem as trompas de Falópio, onde os aguarda um óvulo por fecundar. Durante o seu ciclo reprodutivo, a mulher costuma libertar um único óvulo, que será fertilizado pelo primeiro espermatozóide que consiga atravessar a sua membrana externa. Trata-se de um acontecimento crucial que, à semelhança de muitos outros ocorridos na natureza, tem lugar a uma escala e em condições imperceptíveis ao olho humano. Apesar disso, as novas e revolucionárias técnicas da medicina permitiram que nos familiarizássemos com imagens como as da fecundação in vitro, obtidas no microscópio de um laboratório, ou ecografias geradas por ultra-sons e que mostram os ritmos cardíacos e os movimentos de um novo ser nas sucessivas etapas do seu desenvolvimento. O objectivo da série documental “Vida no Ventre”, realizada por David Barlow e emitida pela primeira vez em Portugal em Maio de 2005 pelo National Geographic Channel, foi contribuir para a melhor compreensão da complexidade dos processos biológicos ocorridos durante os nove meses da gravidez. Perante a impossibilidade de filmar os processos reais, David Barlow, investigador da Universidade de Southampton e um dos mais prestigiados realizadores de documentários sobre biologia e biomedicina, criou uma simulação meticulosa e fiel dos acontecimentos ocorridos no ventre materno da concepção ao parto. Contou para o efeito com a ajuda de uma excelente equipa de peritos. A empresa especializada Artem criou, com realismo e precisão anatómica inéditos, uma série de embriões e de fetos, com as respectivas placentas, cordões umbilicais e membranas envolventes nas diversas etapas do seu desenvolvimento. Fabricadas a partir de moldes de cera, silicone, feltro pulverizado e outros materiais, estas réplicas incorporaram mecanismos sofisticados destinados a simular os movimentos do feto no interior do útero. “Foi possível reconstituir o ambiente de penumbra e ausência de gravidade característico do saco amniótico filmando os modelos em tanques de água, com lentes que simulavam o aspecto das endoscopias reais dos fetos”, conta Peter Tallack, autor do livro “In the Womb, Witness the Journey from Conception to Birth Through Astonishing 3D Images”, baseado no documentário. Fundamental foi também o contributo de Stuart Campbell, antigo director do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina do King’s College e primeiro presidente da Associação Internacional de Ecografia em Obstetrícia e Ginecologia. Profundo conhecedor das técnicas de exame e diagnóstico do feto, Campbell desenvolveu um sistema graças ao qual se processam as ecografias convencionais (imagens bidimensionais, a partir de ondas de ultra--sons) de forma a obter imagens tridimensionais. E estas, por sua vez, através de um programa de animação que incorpora a dimensão temporal (o movimento), convertem-se em imagens 4D. “Se o processamento for suficientemente rápido, a mais de 40 imagens por segundo, parece que o feto se move em tempo real”, explica Peter.Leia o artigo completo na revista.
opinao: é, na minha opinião, interessante perceber como muitos dos documentários sobre a gravidez são eleborados... porque como tudo acontece dentro do ventre materno e as imagens das ecografias e ultra-sons não são muito perceptiveis, pelo menos para mim. ver o que se passa como se vê em muitos documentários (como os que o professor mostrou nas aulas) é fascinante... parece tudo tão real... uma imagem vale mais que mil palavras.
4 comentários:
A embriologia é, de facto, muito interessante, uma vez que os fenómenos que acontecem são de uma extrema brilhantismo, por um lado. Por outro é verdade que os documentários sobre a embriologia são mais “interessante” que uma ecografia ou coisa do género, na medida em que o pormenor é mais visível contudo, no momento de uma gravidez só recorrendo a esse tipo de tecnologia é que é perceptível algumas ou quase todas as falhas/deformações do feto. Há que saber distinguir uma coisa da outra! Ah...tens que ter cuidado com a extensão do testo também!!
Concordo... contudo os videos ajudam-nos muito a compreender todos os fenómenos que estão por detras de uma gravidez... visto que este tema foi abordado nas aulas...
Aprendi muito
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